Tudo
sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao
puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim
ao bom como ao pecador; ao que jura, como ao que teme ao juramento.
( Eclesiastes 9:2)
É lógico que a vida não é feita apenas de coisas
ruins. Temos nossos momentos de grande alegria e isso nos faz pessoas felizes.
Mas, de uma forma ou de outra, o que talvez nos deixe mais impressionados são
os momentos ruins com os quais temos contato.
Nos últimos anos questionei Deus pela morte do
Padre Léo, fiquei muito mal com a história daquela mãe que recebeu a
notícia do filho com leucemia e, igualmente mal com o sofrimento de vida
de uma grande amiga, que lutou e perdeu a batalha contra um câncer.
Em comum, essas pessoas tinham o fato de serem
pessoas de Deus.
Aí vêm as inevitáveis perguntas: De que adianta crer
em Deus? Que vantagem a gente leva por estar comprometido com Sua obra, se
essas coisas vêm sobre nossas cabeças e fazem a gente sofrer?
Salomão escreve logo no início do capítulo 9 de
Eclesiastes que tudo acontece igualmente a todos, sejam coisas boas sejam
coisas ruins. Dá para perceber também que Salomão fica um pouco decepcionado
com isso, pois não acha justo que um homem de Deus não seja tratado por Ele de
maneira diferente.
Assim como Salomão, eu também às vezes não entedia o
porquê de sermos tratados todos de maneira igual por Deus. Foi difícil entender
que a justiça pertence a Ele e não a nós. O fato é que, independente de
estarmos comprometidos com o reino de Deus, isso não nos livra das coisas que
acontecem nesse mundo, ou seja, não estamos livres de crise financeira, de
problemas sérios de saúde, etc. Desse
modo entendemos que o sofrimento é próprio dos homens, que estamos todos na mesma
condição de igualdade na dor. Todos, indistintamente, sofremos os revezes da
vida; as decepções, as frustrações e os descompassos da nossa existência.
Lendo o Texto Sagrado, vemos em João 16:33 uma
afirmação de Jesus que devemos considerar: “Tenho vos dito isso, para que em
mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo.” Em Salmos 34:19 – Davi afirma assim: “Muitas são as aflições do justo,
mas o Senhor o livra de todas.”
Mas, e aí! Qual a resposta para os nossos questionamentos?
Primeiramente é bom saber que nosso sofrimento não é
castigo por conta dos nossos pecados. Não, não é castigo. O sofrimento causado
pelos nossos pecados é um sofrimento que escolhemos ter. Pecamos e sofremos por
nossa própria opção. Deus não tem culpa disso. Muito pelo contrário; Deus,
todos os dias pela manhã, nos mostra Sua misericórdia entregando-nos uma folha
em branco para que comecemos a escrever a nossa história a partir do zero,
livres dos pecados do dia anterior.
Em segundo lugar, está a nossa concepção de vida e
morte. Se entendermos que Deus guarda para nós sempre o melhor, então a
eternidade ao seu lado deve ser muito melhor que a vida aqui na Terra. Dessa
forma, o sofrimento da morte não deveria ser visto como sofrimento. Existem culturas
no nosso planeta que festejam esse acontecimento.
Por último, creio que não devamos ver a vida como só
nós existíssemos. Quantas vezes presenciamos testemunhos de pessoas que, no seu
sofrimento, nos fizeram mais motivados. Então, é difícil explicar isso, mas, às
vezes, o nosso sofrimento, se nos causa dor, aos olhos de Deus ele é necessário
para que outras pessoas parem de sofrer ou vejam a vida de forma diferente.
Mas, finalmente, qual a resposta aos nossos
questionamentos? Que vantagem levamos em sermos pessoas de Deus?
Você pode até não concordar com isso, mas a vantagem
é que, no sofrimento inevitável, nunca estaremos sozinhos. Teremos sempre
alguém com quem dividir a nossa dor.
Tio Valter